quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Petrobras Distribuidora abre concurso para diversas áreas

A Petrobras Distribuidora S.A. publicou um novo edital de concurso público. São 90 vagas, distribuídas em cargos de níveis médio e superior. Os salários variam de R$ 1.437,55 a R$ 6.217,19, de acordo com o cargo pretendido.

Abertas 90 vagas no concurso da Petrobras Distribuidora S.A.
Inscrições
A inscrição inicia hoje, dia 14 de dezembro, e deve ser feita até às 23h59min do dia 31 de dezembro de 2011, pelo site da Fundação Cesgranrio, observado o horário oficial de Brasília-DF. A taxa de inscrição é de R$ 50,00 para os cargos de nível superior e de R$ 35,00 para os cargos de nível médio.
A confirmação da inscrição deve ser feita a partir de 1 de fevereiro de 2012, no site da Fundação Cesgranrio.
Cargos
NÍVEL SUPERIOR
CargoVagas
Profissional Júnior – Administração05
Analista de Sistemas – Ênfase em Infraestrutura01
Analista de Sistemas – Ênfase em JAVA, CRM e WEB01
Analista de Sistemas – Ênfase em Telecomunicações01
Ciências Contábeis03
Comunicação/Jornalismo01
Comunicação/Relações Públicas01
Direito05
Economia03
Engenharia Agronômica01
Engenharia Ambiental01
Engenharia Civil02
Engenharia de Produção01
Engenharia Mecânica02
Engenharia Química01
Marketing01
Medicina01
Serviço Social01
Profissional Júnior – Ênfase em Vendas a Grandes Consumidores – Engenharia Mecânica02
Profissional Júnior – Ênfase em Vendas a Rede Automotiva – Administração, ou em Economia, ou em Engenharia, ou em Marketing02
NÍVEL MÉDIO
CargoVagas
Técnico de Administração e Controle Júnior03
Técnico de Contabilidade Júnior02
Técnico de Manutenção Júnior – Ênfase em Elétrica04
Técnico de Manutenção Júnior – Ênfase em Mecânica04
Técnico de Operação Júnior22
Técnico de Química Júnior03
Técnico de Segurança Júnior04
Técnico de Suprimento e Logística Júnior12
Provas
A seleção incluirá a aplicação de provas objetivas (para todos os cargos), sendo as provas de conhecimentos básicos de caráter eliminatório e as provas de conhecimentos específicos de caráter eliminatório e classificatório; de prova discursiva (exclusivamente para o cargo de Profissional Júnior – Formação – Direito), de caráter eliminatório e classificatório; e de exame de capacitação física (somente para o cargo de Técnico de Operação Júnior), de caráter eliminatório.
A aplicação das provas objetivas para todos os cargos e da prova discursiva para o cargo de Profissional Júnior – Direito será na data provável de 5 de fevereiro de 2012.
As provas objetivas serão realizadas nas cidades de Açailândia-MA, Belém-PA, Belo Horizonte-MG, Brasília-DF, Campinas-SP, Caracaraí-RR, Cuiabá-MT, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Guarapuava-PR, Itabuna-BA, Laranjeiras-SE, Londrina-PR, Macapá-AP, Manaus-AM, Marabá-PA, Porto Alegre-RS, Porto Nacional-TO, Porto Velho-RO, Presidente Prudente-SP, Recife-PE, Rio Branco-AC, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA, Santarém-PA, São Luís-MA, São Paulo-SP, Uberaba-MG e Vitória-ES.
O exame de capacitação física (exclusivamente para o cargo de Técnico de Operação Júnior) será realizado nas cidades de Açailândia-MA, Belém-PA, Campinas-SP, Caracaraí-RR, Curitiba-PR, Guarapuava-PR, Itabuna-BA, Laranjeiras-SE, Londrina-PR, Manaus-AM, Marabá-PA, Porto Nacional-TO, Presidente Prudente-SP, Rio Branco-AC, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA, Santarém-PA, São Luís-MA, São Paulo-SP, Uberaba-MG e Vitória-ES.

Informações sobre o Concurso da Petrobras Distribuidora S.A. 2011

  • Inscrições: 14/12 a 31/12/2011
  • Cargo: diversos
  • Taxa de Inscrição: R$ 35,00 a R$ 50,00
  • Salário/Remuneração: R$ 1.437,55 a R$ 6.217,19
  • Nº Vagas: 90
  • Data da Prova: 05/02/2012
  • Nível: Médio e Superior
  • Edital: EDITAL Nº 1 - PSP- 1/2011
  • Instituição Realizadora: Fundação Cesgranrio

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Crowdfunding: uma maneira de conseguir dinheiro para viabilizar seus projetos

Separamos diversos sites que te ajudam a financiar projetos, arrecadando dinheiro na própria internet

Por Marisa Silva do Olhar Digital

Crowdfunding é uma maneira de conseguir dinheiro para investir em projetos que pareçam promissores. Se você tem uma ideia e precisa arrecadar fundos para torná-la realidade, fique ligado nos sites a seguir.O primeiro deles é o Vakinha, que fornece infra-estrutura de Data Center e suporte para transações financeiras. Apesar de parecer engraçado, o próprio nome já diz: as arrecadações são feitas por doações de outros usuários da web, ou seja, por uma "vaquinha". De início, abra uma conta. Feito isso, você vai seguir um passo-a-passo para criar sua primeira vaquinha. Depois, você escolhe o segmento da sua ideia, qual o objetivo a ser alcançado, a data de encerramento e uma mensagem para seus amigos. Vale lembrar que o site é gratuito, mas a cada contribuição, que é de no mínimo R$5, será descontada uma pequena porcentagem para a empresa responsável por manter a estrutura no ar.



Já o Kickstarter é um verdadeiro fenômeno e, com pouco mais de dois anos no ar, já arrecadou mais de US$20 milhões (cerca R$35 mi) para que inúmeros projetos criativos saíssem do papel. A lógica é bem simples: qualquer um pode enviar seu projeto, para que, então, a equipe do Kickstarter avalie a qualidade e determine se sua ideia se encaixa no perfil criativo dos projetos que vão para o site. Caso aprovada, é definida uma quantidade de dinheiro destinada para iniciar o trabalho. Se todo o dinheiro for levantado dentro do prazo estipulado, o dono da ideia fica com ele. Se não, ele não leva nada e o dinheiro não é debitado da conta dos investidores.Para começar, você deve efetuar um rápido cadastro para, logo em seguida, descrever seus projetos. Além disso, terá de dizer quais são as recompensas oferecidas aos que colaborarem com ele e categorias como "tipo de projeto" e a quantidade de dinheiro que você pretende usar.

Se você não é muito familiarizado com o inglês, a opção é o Catarse. A ideia é a mesma do Kickstarter, e visa promover uma avalanche de projetos criativos, impulsionar o trabalho de artistas e empreendedores e dar uma chacoalhada na forma com que as coisas são feitas hoje. Você envia seu projeto, diz quanto precisa e até quando quer arrecadar o dinheiro. Em seguida, você divulga o projeto e as pessoas podem optar por apoiar com qualquer valor a partir de R$10. Se até o prazo escolhido você tiver atingido o valor que precisa, você recebe o pagamento pela ideia. Se não, todo mundo recebe o dinheiro de volta. Simples assim! Agora, se você não deseja somente publicar projetos, mas também conectar-se a grandes investidores, então o Raise Capital é perfeito para você. O site reúne empresários que querem mostrar suas ideias de negócios e necessidades de capital para aqueles que desejam investir. Legal, não é?

Quer mais? Então aproveite para acessar o Venture Hacks também, que oferece várias dicas para quem está com dúvidas sobre como iniciar investimentos a partir da colaboração de outras pessoas. Os links para todos esses serviços, você já sabe, estão nesta página, junto desta matéria. Acesse e bons negócios!


Links da Matéria
Catarse  Venture Hacks  Raise Capital  Kick Starter  On Green  Vakinha 


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Autorizado concurso da Polícia Federal para preenchimento de 1,2 mil vagas

Foi autorizado ONTEM, 12 de dezembro de 2011, um novo concurso da Polícia Federal. Confira abaixo o texto da Portaria nº 559 publicada no Diário Oficial da União.

Por Aprova Concursos

O prazo para publicação do edital do concurso da PF é de até 6 meses, a partir do dia 12/12/2011.

Serão 1.200 vagas para candidatos com nível superior, distribuídas entre os seguintes cargos:


CargosQuantidade
Agente de Polícia Federal500
Papiloscopista Policial Federal100
Delegado de Polícia Federal150
Perito Criminal Federal100
Escrivão de Polícia Federal350
Total1.200



PORTARIA No- 559, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2011
A MINISTRA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições e, tendo em vista a delegação de competência prevista no art. 10 do Decreto nº 6.944,
de 21 de agosto de 2009, resolve:
Art. 1º Autorizar a realização de concurso público para o provimento de um mil e duzentos cargos da Carreira Policial Federal do Quadro de Pessoal do Departamento de Polícia Federal – DPF, conforme discriminado no anexo a esta Portaria.
Art. 2º O provimento dos cargos a que se refere o caput dependerá de prévia autorização do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e está condicionado:
I – à existência de vagas na data de publicação do edital de abertura de inscrições para o concurso público; e
II – à declaração do respectivo ordenador de despesa, quando do provimento dos cargos, sobre a adequação orçamentária e financeira da nova despesa com a Lei Orçamentária Anual e sua compatibilidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, demonstrando a origem dos recursos a serem utilizados.
Art. 3º A responsabilidade pela realização do concurso público será do Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal, a quem caberá baixar as respectivas normas, mediante a publicação de editais, portarias ou outros atos administrativos.
Art. 4º O prazo para a publicação do edital de abertura de inscrições para concurso público será de até seis meses, contado a partir da publicação desta Portaria.
Parágrafo único. A realização do concurso público deverá observar as disposições contidas no Decreto nº 6.944, de 2009.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
MIRIAM BELCHIOR
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Esqueça o 3D: nova tecnologia, chamada QD, promete revolucionar aparelhos eletrônicos

Novidade é feita a partir de cristais que serão usados para produzir televisores ultra-finos, flexíveis e de alta resolução

Por Olhar Digital

Pesquisadores desenvolveram uma nova forma para reproduzir imagens, que poderá ser usada na fabricação de televisores ultra-finos, flexíveis e com alto poder de resolução, muito acima do famoso 3D.
3D
Reprodução
Conhecida como "pontos quânticos" ("QD", na sigla em inglês), a novidade é feita a partir da emissão de luz de minúsculos cristais, que são 100 mil vezes menores que a largura de um fio de cabelo. Ao mudar o tamanho desses cristais, os cientistas descobriram ser possível manipular a cor da luz que eles produzem, o que acaba gerando um efeito mais colorido e natural.

Segundo o jornal The Telegraph, Os pesquisadores esperam que os primeiros televisores de pontos quânticos, com cores melhoradas e telas ainda mais finas, estejam disponíveis nas lojas até o final de 2012. Já a versão flexível deve levar pelo menos três anos para chegar ao mercado.

"Estamos trabalhando com algumas das principais empresas de produtos asiáticos. Alguns itens já farão parte da próxima geração de televisores de tela plana. A verdadeira vantagem fornecida por esse recurso é que elas podem ser impressas numa folha de plástico e facilmente enroladas ou dobradas pelo usuário", explica Michael Edelman, diretor executivo da companhia Nanoco.

Mesmo sem a divulgação de quais são as empresas que a Nanoco está trabalhando, especula-se que entre elas estejam a Sony, Sharp, Samsung e LG.

Apesar do avanço tecnológico, a escassez de alguns elementos para a produção desses displays tem impulsionado os custos de mercado, o que leva as empresas de eletrônicos a procurar novas maneiras de fazer seus produtos.

Além de televisores, displays e outros aparelhos, os pontos quânticos poderão ser usados para a fabricação de novos tipos de lâmpadas mais eficientes, como também ser alimentados por energia solar.

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Pesquisadores afirmam que energia solar já é opção super viável economicamente para as massas

Pesquisadores defendem que custo por watt da energia solar é de menos de US$ 1, diferente do que afirmam analistas que a consideram cara

Por Olhar Digital

Um estudo recente feito na Queen University, no Canadá, mostra que a energia solar é mais viável atualmente como nunca foi, contrariando analistas que afirmam que o uso dela para massas não é uma opção realista para as necessidades atuais, segundo o TGDaily.
Energia solar
Reprodução
"Muitos analistas projetam um custo maior para a energia solar porque não consideram os recentes avanços tecnológicos e reduções de preço", afirma Joshua Pearce, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.

De acordo com Pearce, já existem maneiras de gerar energia solar com o mesmo custo das fontes tradicionais usadas pelo mundo. Ele afirma que os analistas não consideram uma redução de 70% no preço dos painéis solares nos últimos dois anos. Ele também diz que a produtividade dos novos painéis cai entre 0.1% e 0.2% a cada ano, e não 1% como afirmam alguns analistas.

O custo dos equipamentos de energia solar são definidos pela eletricidade produzida, usando a escala dólar por watt. Em 2010, um estudo estimou o custo em US$ 7,61 por watt, mas, de acordo com pearce, em 2011 esse valor já é inferior a US$ 1 por watt. Outra questão a ser considerada é o sistema e instalação, além da manutenção, que tornam a energia solar um pouco mais cara.

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Estação de trem em Londres deve se tornar maior 'ponte solar' do mundo

A ponte de Blackfriars, está prestes a se tornar a maior 'ponte solar' do mundo

Por: 

Uma estação de trem construída sobre o rio Tâmisa, em Londres, está prestes a se tornar a maior 'ponte solar' do mundo, com a instalação de 4,4 mil painéis solares em seu telhado.

A ponte de Blackfriars, construída em 1886, tem 281 metros de comprimento e serve de fundação para a estação de trem de mesmo nome, que está sendo reformada.

Seu novo telhado, que será adicionado à estrutura original da ponte, terá mais de 6 mil m² de painéis solares, criando o maior sistema de captação de energia do sol em Londres.

A previsão é que os painéis solares, que começaram a ser instalados em outubro, gerem em torno de 900 mil kWh por ano, fornecendo 50% da energia consumida pela estação e reduzindo as emissões de gás carbônico em cerca de 511 toneladas anuais.

Além dos painéis solares, outras medidas de economia de energia adotadas na nova estação incluem sistemas para coleta de água da chuva e o uso de 'canos solares' para aproveitar a luz natural.

"A ponte férrea vitoriana em Blackfriars é parte da história de nosso sistema ferroviário. Construída na 'idade do vapor', nós estamos a atualizando com uma tecnologia solar do século 21 para criar uma estação icônica para a cidade", diz o diretor do projeto, Lindsay Vamplew.

A obra de instalação dos painéis solares em Blackfriars deve terminar em 2012. Além dela, a única 'ponte solar' conhecida no mundo é a ponte de Kurilpa, em Brisbane, na Austrália, construída em 2009.

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Regras para TV por assinatura serão abertas à consulta pública

Estimativa é de investimento de R$ 400 milhões no setor nos próximos anos

Por: O Globo

BRASÍLIA - O presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, disse na quinta-feira, dia 01/12/11, que até meados deste mês, a regulamentação da lei de TV por assinatura, sobre as questões de conteúdo, será publicada para consulta pública. Para ele, será necessário constituir o que chamou de um marco legal "leve e consistente". Por sua vez, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende publicar o regulamento sobre o mesmo serviço para consulta pública até o dia 15. O presidente da agência, João Rezende, disse que o regulamento tratará dos aspectos técnicos do funcionamento das operadoras de TV por assinatura.

Rezende disse ainda que, este ano, 30% do crescimento de TV por assinatura será impulsionado pela pelo serviço de a satélite. E nos próximos anos, a expectativa é de que o aumento seja puxado pela TV a cabo, o que vai permitir também a expansão da banda larga. A estimativa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, é de que sejam investidos no setor, nos próximos anos R$ 400 milhões no setor.

Já o representante da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, disse que a nova lei de TV por assinatura e a sua regulamentação, que deverá estar pronta no início do próximo ano, abrem duas oportunidades importantes para os radiodifusores. A primeira é o aumento do mercado de produção de conteúdo. E outro é a possibilidade de que o conteúdo digital das emissoras, veiculado na TV por assinatura, possa ser remunerado. Ele lembrou que os canais abertos brasileiros representam quase 74% da audiência da TV por assinatura.

Segundo Slaviero, a lei vai estimular a competição aumentando a base de assinantes. A estimativa é que o número de domicílios com o serviço deverá passar dos atuais 12 milhões para algo entre 25 milhões e 30 milhões.

- O impacto será enorme. Os radiodifusores tem enxergado algumas oportunidades de negócios - destacou.

Além abrir o mercado, disse o representante da Abert, um dos principais objetivos da lei é fomentar a cultura nacional.

- Enxergamos que aí está uma das grandes oportunidades para os radiodifusores porque eles são os grandes produtores de conteúdo - disse ele.

Rangel, Rezende, Bernardo e Slaviero participaram nesta quinta-feira do seminário "TV por assinatura", realizado no Tribunal de Contas da União (TCU)

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Estudo mostra como estrela induz outra à morte e cria um buraco negro

"Assassinato estelar"! Pesquisadores espanhóis descobriram como uma estrela induz outra à morte.

Por

Pesquisadores espanhóis descobriram como uma estrela induz outra à morte, em uma espécie de "assassinato estelar", que ocorre em pouco mais de meia hora e origina um buraco negro com uma massa maior que a do Sol e com diâmetro de 20 quilômetros. A descoberta é fruto de uma pesquisa liderada por Christina Thöne e Antonio Ugarte Postigo, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, em colaboração com Miguel Ángel Aloy e Petar Mimica, da Universidade de Valência, e foi divulgada pela revista "Nature". O inovador estudo traz uma explicação plausível ao enigma conhecido como "Erupção do Natal", uma erupção de raios gama (GRB, na sigla em inglês) de mais de meia hora de duração, que ocorreu no dia 25 de dezembro de 2010. Esta "Erupção do Natal", ou GRB101225A segundo sua identificação científica, é o resultado de uma estrela de nêutrons se fundindo com o núcleo de hélio de uma estrela gigante e antiga, a uma distância de 5,5 bilhões de anos luz da terra. Este exótico sistema binário passou por uma fase em que a estrela de nêutrons penetrou na atmosfera da estrela companheira gigante e, ao alcançar seu núcleo, se fundiu com ele, sendo o resultado uma gigantesca explosão, inicialmente invisível da terra. O fenômeno possivelmente também origina um novo buraco negro. A tremenda quantidade de energia liberada pela explosão foi canalizada longe do centro da estrela a velocidades próximas às da luz. Miguel Ángel Aloy explicou à Agência Efe que antes se pensava que a maioria das GRB se associava às estrelas maiores que o Sol, que acabam produzindo supernovas. No entanto, a "Erupção do Natal", segundo Aloy, é uma GRB "rara", com propriedades distintas das que se conheciam até agora, podendo considerar o fato como uma evidência de que existe uma nova forma de se produzir buracos negros estelares. "Uma estrela em massa morre formando uma supernova, enquanto esta foi induzida à morte por sua companheira, que chega ao núcleo da estrela, onde se induz uma explosão supernova incomum (de fato passaria despercebido se não fosse pela detecção da GRB) e um objeto muito compacto, possivelmente um buraco negro", indicou. Aloy assinalou que são frequentes os casais de estrelas (sistemas binários), "mas nunca tinha visto quase que ao vivo este assassinato estelar". A propriedade mais incomum desta GRB é que ela contém uma "contribuição térmica extraordinariamente potente", segundo Aloy. As erupções de raios gama são flashes de radiação ultra-intensos, que podem chegar à Terra de qualquer direção do espaço. São fenômenos tão potentes e energéticos que apenas um deles pode ser tão luminoso como todas as estrelas visíveis simultaneamente no céu, embora ocorra somente em poucos segundos. "A classificação das GRB pode ter que ser revisada à luz destas recentes observações, já que as estrelas parecem ter encontrado novas formas de morrer", concluíram. EFE ct/fk-rsd

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Do cinza ao verde

Por Cristina Tavelin

Se, na teoria, as cidades são definidas como áreas urbanizadas com grande densidade populacional e legislações específicas, na prática elas podem representar tanto um lar quanto um purgatório.
Com o aumento da população mundial e a maior demanda por espaço e recursos, os centros urbanos começam a perder o sentido de ambiente voltado ao bem-estar das pessoas e tornam-se, em muitos casos, um arquétipo do progresso devastador – tal qual o praticado por Fausto, personagem do escritor alemão Goethe, ao ordenar a demolição da casa de dois idosos para levar seu ideal de “modernização” adiante.
Retomar a conexão entre cidades, pessoas e meio ambiente a partir de uma nova ótica de progresso requer um esforço integrado e contínuo. Sobretudo diante dos imperativos do aquecimento global. “Hoje, a gestão conjunta é uma capacidade organizacional indispensável para enfrentar os desafios crescentes de escopo e urgência”, destacouMichael Bloomberg, prefeito de Nova Iorque, na abertura da última Cúpula C40 de Grandes Cidadesrealizada em São Paulo. A rede C40 reúne prefeitos de diversas metrópoles visando à troca de experiências e soluções para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Na prática, há dinheiro e tecnologia suficientes para realizar muitas das transformações necessárias. Vontade política, planejamento, parcerias e conscientização, no entanto, ocupam o mesmo grau de importância quando se trata de tirar as experiências do papel e colocá-las, literalmente, nas ruas. Sem isso, medidas simples, que poderiam beneficiar o meio ambiente e a população, continuam subestimadas – basta olhar para o tratamento de resíduos.
“Se pudéssemos fechar os aterros dos grandes centros, reciclar o lixo orgânico e produzir fertilizantes a partir dele, além de reaproveitar outros materiais e captar o metano como forma de energia, resolveríamos um problema de saúde pública, devolveríamos esses espaços às cidades e traríamos mais profissionais de volta ao mercado de trabalho”, destacou Bill Clinton durante o evento da C40, organização que o ex-presidente americano apoia por meio da Clinton Foundation.
De acordo com José Luíz Alquéres, ex-presidente da Light e atual presidente daAssociação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o movimento de cidades mais verdes começou vinculado à energia. Nos próximos anos – ele acredita -, o grande driver da sustentabilidade urbana será a questão dos resíduos, já que o planeta terá um aumento populacional significativo – pode passar dos 9 bilhões de habitantes, em 2050, dobrando a necessidade de extração de recursos. “Hoje, 50% da população vive nas cidades e consome 75% da energia – por isso olhamos, primeiramente, para o fornecimento das condições de vida: energia para luz, elevador, ar-condicionado, por exemplo. Mas e os resíduos disso tudo? Aí está a grande oportunidade do século XXI: o vasto campo de desenvolvimento tecnológico para a reciclagem”, avalia.
Planejamento no longo prazo
Os problemas atuais das metrópoles não surgem de uma hora para outra. Pelo contrário: na maioria dos casos, crescem junto com suas estruturas e, com o passar dos anos, vão se agravando. O trânsito é um bom exemplo. Para Sérgio Boanada, diretor de Cidades, Infraestrutura e Megaeventos da Siemens, é impossível resolver um dilema de tamanha complexidade em apenas um governo e sem planejamento prévio. “É preciso um plano de ação de 30, 40 anos. Se, no passado, identificássemos que a população de São Paulo cresceria em 90%, teria sido possível fazer a implementação dos diversos modais necessários para atender às atuais necessidades de mobilidade”, ressalta. Agora, a mudança requer um planejamento muito mais complexo, tanto para readaptação de áreas quanto para o desenvolvimento adequado de novos projetos urbanos.
Green City Index Europe, estudo conduzido pela empresa americana de pesquisaEconomist Intelligence Unit (EIU) a pedido da Siemens, comparou a performance ambiental das 30 maiores cidades europeias e constatou que 26 delas desenvolveram seus próprios planos ambientais. Além disso, metade possui metas firmes e viáveis para redução de CO2. Copenhague, na Dinamarca, ficou no topo do ranking – mas, para chegar a essa posição, a cidade escandinava percorreu um longo caminho nos últimos 20 anos.
Hoje, entre seus cases de sucesso, está um sistema de aquecimento abastecido em 97% pelo calor residual da produção de eletricidade, processo iniciado com a implementação de uma lei de fornecimento de energia, em 1979, exigindo a conexão de todas as residências à rede de abastecimento municipal. Uma parceria entre a Metropolitan Copenhagen Heating Transmission (CTR) e a empresa VEKS deu origem ao sistema que conecta quatro usinas de CHP (calor e potência elétrica combinados), quatro incineradores de resíduos e mais de 50 usinas termoelétricas em um consórcio, capturando o calor residual da produção de eletricidade e canalizando-o de volta para as residências por uma rede de tubulações de 1.300 km.
Nunca é tarde para iniciar um bom plano de ação. Há cerca de um ano e meio, Londres requisitou um estudo propositivo individual a partir dos dados do Green City Index e passou a tomar medidas em transportes, uso de água, sinalização e ônibus híbridos para se tornar uma cidade sustentável, mirando os Jogos Olímpicos de 2012. “Barcelona é exemplo emblemático de como projetar as Olimpíadas para levar melhoria às cidades, assim como Londres, que está renovando sua parte leste, degrada, construindo um centro de esportes e lazer em uma região de baixo valor comercial”, diz Cezar Taurion, executivo de novas tecnologias da IBM.
No Brasil, o Projeto 2014 prevê o uso de tecnologias para uma série de soluções e busca unir diversos setores da sociedade para transformar os megaeventos esportivos numa oportunidade de mudança. Porém, de acordo com Taurion, a maioria das cidades permanece inerte e nem 1% do financiamento disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para projetos sustentáveis foi requisitado pelos gestores. “Precisamos de uma ação rápida e coordenada entre as esferas para obtermos bons resultados de forma transparente e não corrermos o risco de acabar como nos Jogos Pan-Americanos de 2007, quando o orçamento estimado em 400 milhões chegou a 3,5 bilhão de reais”, alerta.
Ainda no sentido do planejamento, a última Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI 2011), trouxe a visão de futuro do projeto Curitiba 2030 – integrante do programa Cidades Inovadoras, lançando em 2010 pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (FIEP). Cidades como Masdar (Emirados Árabes), Sidney (Austrália), Ottawa (Canadá) e Kuala Lampur (Malásia) foram apontadas como referência pela Fundação OPTI– Observatório de Prospectiva Tecnológica Industrial da Espanha, parceira técnico-científica da empreitada.
“Mesmo atuando em um projeto de longo prazo, sabemos que as ações precisam começar hoje. Inicialmente devemos ter consciência dos problemas e começar a articular os atores sociais para o desenho de soluções ou formas de mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Desse modo, a primeira medida a ser tomada é uma responsabilização individual e coletiva diante dos desafios e soluções para a cidade”, destaca Rodrigo da Rocha Loures, presidente licenciado do Sistema FIEP.
Para mensurar emissões de gases de efeito estufa e obter uma base de dados para mitigá-los – um dos primeiros passos na construção de centros urbanos sustentáveis -, uma iniciativa entre o Serviço de Aprendizagem Industrial do Paraná (SENAI/PR) e a prefeitura de Curitiba mediu o impacto das atividades urbanas locais e de suas empresas por meio da Pegada Ecológica. O trabalho foi realizado com a orientação da Global Footprint Network, organização americana criadora da metodologia.
Cidadão instigado
Sobretudo nos países emergentes, cidades que queiram iniciar mudanças estruturais e desenvolver projetos visando à eficiência precisam estavelecer uma comunicação entre os cidadãos e o poder público.
Em Joanesburgo – África do Sul, uma das cidades-sede da última Copa do Mundo, essa integração se dá por meio de encontros periódicos, nos quais a sociedade civil tem voz ativa. “Falamos diretamente com toda a comunidade, convocando-a para reuniões a cada 15 dias, quando são abordados e discutidos os problemas da cidade”, destaca Flora Mokgohloa, diretora executiva de Gestão Ambiental de Joanesburgo.
A visão da população como agente passivo diante do caos urbano tende a ficar cada vez mais ultrapassada, por uma simples questão de lógica – os indivíduos podem dar respostas para muitos dos problemas porque todos os dias precisam encontrar maneiras de superá-los. Para tanto, o estímulo ao engajamento é fundamental.
Taurion, da IBM, cita como exemplo a iniciativa do jornal carioca O Globo na criação de uma página no Twitter por meio da qual é possível denunciar ilegalidades cometidas na cidade. Os comentários dos usuários na rede social tornam-se matéria-prima de reportagens periódicas abordando os temas em destaque. Esse tipo de engajamento poderia ser eficiente em relação ao trânsito, por exemplo, com sugestões de rotas alternativas e soluções sugeridas pelas vítimas diárias do problema. “A partir desse estímulo, a própria população começa a dar ideias. Não é um gestor dentro de um escritório que vai mudar o nosso futuro”, avalia.
Ainda no sentido da pró-atividade dos indivíduos para a recriação do espaço urbano, espera-se uma evolução do papel do consumidor nos próximos anos em relação à mudança de rumo para a distribuição energética. O conceito deproconsumer – ou “prosumidor” – diz respeito à ideia de que cada pessoa será um produtor de energia. E já está em prática, em pequena escala, em algumas regiões. Na estrada entre Monique e Áustria, sul da Alemanha, quase todos os telhados das casas dos agricultores possuem placas solares, graças a políticas de incentivo.
De acordo com Boanada, da Siemens, cada vez mais as fachadas dos prédios serão constituídas por painéis fotovoltaicos em vez do vidro, criando, dessa forma, várias usinas de energia solar. “Dentro dessa perspectiva, a política de comercialização vai mudar. Quando a energia é mais cara para as indústrias, no pico das 17h, o prosumidor terá a opção de fornecê-la à rede por um valor maior a partir de suas instalações fotovoltaicas caseiras ou da bateria do carro no estacionamento do trabalho. E, no momento em que estiver mais barata, poderá ‘carregar’ seu veículo. Haverá uma grande descentralização da produção energética”, estima.
Para incentivar soluções em rede como essa, as universidades poderiam exercer um papel mais efetivo no direcionamento dos projetos de pesquisa de seus alunos, sugere Taurion. “É preciso criar essa discussão dentro da academia, para envolver os jovens – hoje sem muito compromisso com a realidade – e trazer o apoio das empresas. Poderia haver um estímulo, por exemplo, para que os trabalhos de conclusão de curso incentivassem mais o uso da tecnologia na melhoria da qualidade do ar, da vida na cidade. Se o aluno estuda Urbanismo e Arquitetura, poderia desenvolver projetos visando desenvolver um modelo de urbanização para comunidades carentes”, propõe.
Investimento no futuro
Vivemos na era da tecnologia e da informação – todos os dias, centenas de ideias surgem para a solução dos mais diversos dilemas. Porém, nem sempre há suporte necessário para desenvolvê-las. Muitas empresas, instituições financeiras e governos ainda trabalham sob a ótica do curto prazo. “Nos Estados Unidos, posso obter um empréstimo para comprar uma motocicleta ou um carro, mas é muito difícil conseguir auxílio para recondicionar o meu negócio ou a minha casa com foco na sustentabilidade”, destaca Sam Adams, prefeito dePortland (EUA). A cidade americana desenvolve, atualmente, um projeto de financiamento para a adaptação das residências, que futuramente será oferecido no momento da venda, trazendo mais vantagens ao comprador.
Na última cúpula do C40, a boa nova foi a assinatura de um protocolo de intenções entre a rede e o Banco Mundial para facilitar o acesso a programas de financiamento e apoio técnico para projetos verdes, incluindo infraestrutura e processos como mensuração de CO2. “É importante estruturar bem a proposta, medir adequadamente as emissões, delimitar objetivos em termos de redução e estabelecer formas de atingi-los”, destacouRobert Zoellick, presidente do Banco Mundial, em entrevista coletiva da Cúpula das Cidades.
A falta de olhar estratégico sobre as oportunidades emergentes nos centros urbanos, no entanto, pode estagnar o avanço na reestruturação. “Sempre há capital para construir usinas termoelétricas de combustíveis fósseis, com um retorno estimado em duas décadas. Mas, para a adaptação de edifícios, que podem gerar um retorno entre três e quatro anos, não vemos dinheiro extra. Isso precisa mudar”, avalia David Cadman, presidente doICLEI-Canadá, associação que reúne 1.220 governos locais pelo desenvolvimento sustentável.
As dificuldades de financiamento para projetos também variam muito em função da eficiência do diálogo entre os setores. De acordo com Sutanto Soehodho, vice-governador de Jakarta(Indonésia), quando se discutem questões relacionadas a comunidades e mudanças climáticas em seu país, o setor privado ainda não percebe as oportunidades nessas áreas devido ao temor de um retorno apenas no longo prazo. “Não é fácil contar com a contribuição da iniciativa privada. Em nosso caso, o melhor a fazer é convidá-la a atuar no gerenciamento, ou seja, na operação e não no investimento em infraestrutura. Por exemplo, para combater a erosão, podemos ter alguma empresa que transporte água para a cidade. Com uma estrutura já pronta, o setor privado começa a se interessar pela base operacional de fornecimento”, avalia.
Em Sidney – Austrália, a situação é diferente: com a falta de comunicação entre a prefeitura da cidade e o governo federal, de acordo com a prefeita Clever Moore, o município tenta viabilizar seus projetos junto às empresas. “Estamos desenvolvendo parcerias com 14 organizações, que possuem 65% dos edifícios comerciais da cidade, para torná-los mais eficientes. Tentamos trabalhar com quem conseguimos, sejam conselhos do governo, comunidades de negócios ou demais atores.”
Criar estímulos com base em dados realistas de retorno, evidenciando a oportunidade representada pelos investimentos em projetos verdes, é uma das saídas para atrair a atenção das empresas. Além disso, de acordo com Robert Doyle, prefeito de Melbourne(Austrália), o papel dos governos, principalmente os locais, é atuar como catalisadores – não dizer o quê fazer e, sim, esquematizar processos de adaptação, colocando empresas em conjunto com instituições financeiras e oferecendo a elas, em contrapartida, baixos riscos de investimento. “A adaptação de edifícios é um bom exemplo, porque o proprietário deseja reter valor ao seu imóvel. O setor privado não entrará nesse processo porque o faz sentir-se bem, mas sim com base nos argumentos financeiros. A discussão socioambiental agora está em torno da sustentabilidade econômica”, acredita.
Vivendo numa bolha
Há cerca de três décadas, Ignácio de Loyola Brandão citava em seu livro, Não Verás País Nenhum, o “notável congestionamento”, situação imaginária na qual as pessoas abandonavam seus carros por impossibilidade de saírem do lugar. Esses veículos permaneciam na São Paulo retratada no livro como um monumento macabro, enferrujados ao longo de quilômetros de vias. Se, antigamente, quando se pensava no impacto dos veículos para a qualidade de vida sua relação era com as emissões de CO2, hoje esse espectro vai além – como o escritor já havia premeditado. A questão da mobilidade afeta até quem não coloca o meio ambiente no centro de suas preocupações. “O transporte polui muito e atrapalha a vida do cidadão. Negócios deixam de ser feitos devido ao congestionamento nas grandes cidades”, destaca Taurion, da IBM.
Nesse cenário, a indústria automobilística passa por um momento decisivo – inovar em modelos e tecnologias deixa de ser apenas uma opção para os que enxergam mais à frente. Novas propostas como a do conceito de car sharing (compartilhamento/aluguel de veículos) surgem em todo o mundo, enquanto os modelos elétricos ganham espaço para reduzir a poluição durante as viagens necessárias. Porém, uma mudança estrutural unindo setores para um transporte público eficiente faz-se necessária, assim como uma revisão de valores e da mensagem transmitida pela indústria automobilista às classes em ascensão, principalmente nos países emergentes.
“Precisamos mudar o paradigma. A civilização, para favorecer a mobilidade, realmente deve passar por canais de transporte elétrico, mas o veículo individual tem de ser encarado com um tipo de utilidade diferente: muito mais pelo uso do que pela posse, diferente do pensamento de ‘ter minha bolha perfeita, confortável e com o motor funcionando para o ar-condicionado não parar’”, destaca José Luiz Alquéres, da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Essa mudança de paradigma já acontece em algumas cidades ao redor do mundo. Entre as empresas da indústria automobilística, a Renaultdesenvolve um processo denominado Ecodrive,para a mudança cultural relacionada ao uso do veículo. “Esse projeto visa ensinar as pessoas quando, onde e como elas devem utilizar o carro, a maneira de poluir menos e como compartilhá-lo com os outros”, conta Antonio Calcagnotto, diretor de Relações Institucionais da empresa. Porém, de acordo com o executivo, o projeto ainda não está implantado no Brasil. O trabalho de conscientização dá os primeiros passos por aqui, focando questões como a reciclagem, por meio do programa Preservar, do Instituto Renault.
Pelo viés prático, não faltam opções alternativas – desde as charmosas bicicletas parisienses até os modernos carros elétricos. Em cidades nas quais o apego à ideologia em torno da posse de um veículo já é mais branda, esses novos meios se consolidam como opção de transporte. Em Paris, o Vélib - esquema de aluguel de bicicletas 24 horas – é um exemplo. Em Barcelona, o Bicing reduziu as emissões de CO2 em 960 toneladas durante os primeiros seis meses de operação, enquanto a CicloRuta, de Bogotá, é um dos sistemas de ciclismo mais abrangentes do mundo. São Paulo fará uma experiência de implantação de ciclofaixa por um dia da semana a cada mês, gerando uma análise de resultados para possível implementação efetiva.
Diante dessas alternativas, Alquéres destaca a problemática de sociedades emergentes, nas quais a escalada social ainda se dá por modelos de carros superiores. A disseminação de automóveis pode agravar os problemas ambientais mais por uma questão psicosocial do que por uma necessidade física de transporte, melhor atendida por um sistema público eficiente. “Ainda há uma visão um pouco míope sobre o veículo apenas como meio de locomoção. Não adianta oferecer apenas um sistema racional de transporte, é preciso oferecer uma ideologia não baseada na posse desses bens a na sua condição de realização social”, avalia.
No futuro, os veículos continuarão presentes, mas dentro de sistemas integrados e movidos a combustíveis limpos ou energia, como já acontece hoje em algumas cidades europeias. “Os metrôs deverão fazer os corredores de elevadíssima capacidade, depois mais estações de ônibus elétricos darão suporte aos corredores de média capacidade e, para a última milha, teremos ônibus a diesel ou carro elétrico de uso comum”, acredita Boanada, da Siemens.
Além disso, necessita-se de incentivo governamental para novas soluções se efetivarem como alternativas de transporte mais eficientes. Em Israel, por exemplo, há uma política de conversão da frota de veículos movidos a derivados de petróleo para modelos elétricos. Para Calcagnotto, da Renault, é preciso oferecer, ainda, incentivo para os consumidores comprarem modelos mais eficientes – geralmente mais caros no início por possuírem tecnologia diferenciada. No que diz respeito aos impostos, a situação também é complexa. “No Brasil, um carro elétrico não tem classificação fiscal: enquanto um veículo flex paga 7% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o modelo eficiente é enquadrado na classificação ‘outros’ e paga 25%”, constata.
Adaptar e inovar
Enquanto novas tecnologias já integram produtos e processo recentes, a adaptação de antigas estruturas também é fundamental para a melhoria da qualidade de vida nas cidades. Por possuir uma matriz de produção energética fortemente sustentável, utilizar ainda mais a energia limpa emerge como opção para os centros urbanos brasileiros. Enquanto essa alternativa não se torna completamente viável, outras medidas podem ser implementadas.
De acordo com Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, projeta-se a retirada de 10% de diesel por ano do combustível da frota de ônibus da cidade – a meta é chegar em 2018 com 5%. “Outras experiências importantes são o lançamento da primeira frota de ônibus movidos a etanol do Brasil, resultante do intercâmbio com a C40, e a fabricação do diesel a partir da cana-de-açúcar, o que possibilita uma substituição imediata pelo combustível mais limpo, pois não há necessidade de novas tecnologias para adaptação”, ressalta. Além disso, um estudo desenvolvido no município propõe uma faixa exclusiva para carros com mais de um passageiro. O projeto-piloto deve ser implantado brevemente em algumas vias.
Em Curitiba, uma das cidades-modelo no Brasil no quesito mobilidade, circulam hoje 30ligeirões (ônibus biarticulados) com combustível limpo. “Temos um consumo de aproximadamente 250 mil litros por mês de biocombustível feito a partir da soja. Isso significa uma redução significativa no uso de óleo diesel”, afirma Luciano Ducci, prefeito da cidade.
Já em Nova Iorque, uma das ações discutidas para reduzir emissões – e, claro, o trânsito – é a implantação de uma taxa para a circulação de carros no centro da metrópole. “O dinheiro seria destinado a um subsídio para financiar o transporte público. Precisamos entender que o transporte de massa é uma solução e deve-se tomar a iniciativa de expandi-lo antes da população requisitar”, destacou Bloomberg durante o evento da C40.
Em Melbourne, trabalha-se ainda com a mudança de hábitos dos cidadãos. Uma das ideias – relata o prefeito Doyle – é oferecer ônibus gratuito em determinados horários. “As cidades poderiam cobrar mais em horários de pico e menos em outros momentos. Não haveria necessidade de investimento em infraestrutura, mas as pessoas precisariam acordar mais cedo, por exemplo.”
Outra possibilidade de otimização nas ruas está nos semáforos de trânsito. Em Portland, mais de 13 mil lâmpadas incandescentes foram substituídas por módulos LED, economizando cerca de 4,75 milhões de quilowatts-hora por ano – o suficiente para abastecer mais de 350 casas da região. A cidade também tem ajustado o tempo dos equipamentos, gerando redução de mais de 1,750 milhão de galões de combustível a cada ano aos motoristas – o equivalente a quase 15,5 mil toneladas de CO2 por ano.
A ascensão de novas tecnologias auxilia não somente o tratamento de problemas urbanos mas também sua prevenção. Sensores indicam vazamentos de água, ajudam na segurança, detectando movimentos incomuns, entre outras aplicações. “Em Cingapura, um mecanismo mede o fluxo de veículos, gerando uma base de dados teóricos para indicar o momento do congestionamento, além de apontar situações anômalas, como acidentes. Já em Estocolmo(Suécia), assim como em outras cidades da Europa, o acesso ao centro da cidade é tarifado pela hora de entrada e saída, a partir de um registro automático da placa, com a fatura resultante disponível na internet”, destaca Taurion, da IBM.
O especialista cita ainda os exemplos de Oregon e Beveland (EUA) e a Austrália, onde a tarifa rodoviária é paga pela quilometragem. No momento em que o veículo entra na rodovia, o sistema o reconhece e a cobrança é feita pela distância percorrida. Já na Ilha de Malta, medidores inteligentes indicam o consumo de eletricidade por habitante. “No futuro, poderá se fazer uma cobrança diferenciada pelo uso de energia em determinado horário, tornando a gestão mais eficiente”, ressalta.
A construção e adaptação de residências e edifícios visando a eficiência deve evoluir muito nos próximos anos com o auxilio de novas tecnologias. O Melbourne Council House 2 (CH2) é um exemplo disso: o edifício se move de acordo com o sol para refletir e armazenar calor, possui um sistema que tranforma esgoto em água reutilizável, além de outras medidas, levando-o à redução de 87% nas emissões de CO2, 82% no consumo de energia e 72% de água. E o que é melhor: estima-se em pouco mais de uma década a recuperação do investimento em eficiência.
Tóquio segue o mesmo exemplo. Todos os edifícios em grande escala recém-construídos estão sujeitos ao Tokyo Green Building Program, que exige uma avaliação de desempenho ambiental de construção e divulgação pública dos resultados.
Diálogo e troca de experiências
A falta de comunicação afeta drasticamente as cidades – sem uma conexão efetiva entre os setores, não é possível criar uma rede eficiente para a sustentabilidade urbana. Caminhões de transporte fazem apenas uma viagem e retornam vazios a seus destinos, enquanto alimentos são transportados por quilômetros de distância. “É necessário pensar a mobilidade a partir de uma discussão mais ampla sobre como possibilitar um sistema prático de deslocamento interno, envolvendo a indústria dos transportes e o desenvolvimento urbano”, avalia Alquéres.
Nesse sentido, o Forum for the Future lançou a iniciativa Megacities on the Move, em parceria com a organização britânica FIA Foundation, a empresa Vodafone e o EMBARQ – centro global de transportes sustentáveis. O projeto estabelece seis prioridades-chave de ação para assegurar um fluxo mais sustentável de pessoas e recursos – e no topo da lista está uma nova abordagem integrada para a mobilidade. Para começar, o projeto indica a necessidade de foco no potencial das fontes alternativas de energia, tecnologias em baterias e no investimento efetivo para colocá-las no mercado.
A crescente conectividade virtual também representa um avanço para a mobilidade urbana. Esquemas de compartilhamento baseados nas redes sociais estão em ascensão e sites como o WhipCardo Reino Unido, tornam mais fácil alugar um veículo em uma área próxima de onde se está ou ganhar um pouco de dinheiro alugando o próprio carro. Por outro lado, aplicativos móveis oferecem aos cidadãos a confiança de explorar a pé a cidade. Um exemplo é o planejador urbano de rotas Walkit.com, que mostra a walkabilidade(“andabilidade”) de um trajeto.
Como cada lugar possui características próprias – diferenças culturais, econômicas, geográficas, entre outras – a troca de experiências deve ser avaliada por diversos aspectos. “Nos países desenvolvidos a questão é modernizar a infraestrutura, enquanto naqueles em desenvolvimento é preciso criá-la. Além disso, a cultura influencia. Na Alemanha, é possível circular de metrô livremente, sem validar a passagem, mas parte-se do princípio de que ninguém vai dar o ‘golpe’, como poderia ocorrer em outros lugares”, destaca Taurion, da IBM.
Para adequar os planos e inspirar-se em modelos eficientes de outras cidades é preciso avaliar também a vocação local – se o perfil é turístico, ligado à indústria ou à atração de empresas de TI, nas quais há um alto nível cultural e a necessidade de oferecer sistemas como banda larga eficiente. A partir dessa identificação é possível usar exemplos similares como benchmark e direcionar as ações. De acordo com o prefeito Doyle, de Melbourne, a troca de experiências é fundamental. “É algo objetivo, pode-se realmente tomar uma boa decisão com base em resultados e evitar investimentos desnecessários.”

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