quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quem quer comprar no Magazine Luiza?

Por: Laura Araújo




O Magazine Luiza é novato na Bolsa, mas no setor de Varejo é um grande veterano. A empresa com 54 anos de existência estreou em maio deste ano na BM&FBovespa com o código MGLU3, em uma oferta pública de ações (IPO) que captou R$ 925,8 milhões.  O sucesso da oferta, afirma o analista de mercado da Wintrade José Góes, é explicado pelo grande potencial de ganho apresentado pelas empresas da área. “É o típico papel que o mercado gosta. O setor de Varejo tem tido ativos com ótimo desempenho nos últimos meses, e isso também influencia o Magazine Luiza. As ações deram uma pequena oscilada, mas as perspectivas para o setor são boas”, diz. Desde que estreou, o preço das ações gira por volta dos R$ 16, já tendo alcançado picos de R$ 17.

Vale lembrar que o bom momento da economia nacional, com o crescimento do poder de compra da população – especialmente da classe C, nicho no qual o Magazine Luiza aposta -, e a recente aquisição das Lojas do Baú apontam uma direção positiva para a empresa, com ampliação das vendas e lucros. Os números fazem jus às boas perspectivas: no relatório do primeiro trimestre de 2011 (1T11), o primeiro exercício público do Magazine Luiza, foi registrado valor de mercado de R$ 3 bilhões e avanço de 50% na receita em relação ao mesmo período de 2010.

A mulher do Baú - A história do Magazine Luiza é semelhante a de tantas outras empresas familiares que se tornaram mega negócios. A primeira loja da rede foi aberta em 1957 em Franca, interior de São Paulo, pelo casal Luiza Trajano e Pelegrino Donato. Em pouco tempo, porém, os clientes da empresa não eram unicamente paulistas. A partir dos anos 70, a empresa começou ampliar sua presença para estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, através da compra de redes menores. No início de junho, a empresa apostou em mais uma aquisição: a das Lojas do Baú, do Grupo Sílvio Santos. O Magazine deve desembolsar R$ 83 milhões em troca de 121 lojas do Baú da Felicidade em três estados – incluindo pontos de venda, escritórios, centros de distribuição e sistemas de informática. Isso representa um crescimento de 11% na área de vendas da empresa, e deve fortalecer a marca junto à classe C, um dos públicos com maior potencial consumidor.

“A fusão de empresas é uma necessidade, tanto pelo mercado doméstico quanto pela inclusão da nova classe média nesse mercado”, analisa Olavo Henrique Furtado, professor de MBA da Trevisan Escola de Negócios. “O Magazine Luiza está correndo atrás de um mercado, porque não dá pra ser competitivo se não tiver escala”. Segundo José Góes o mercado analisou a compra de maneira positiva, já que, ao adquirir as Lojas do Baú, o Magazine Luiza se coloca entre as primeiras do Varejo. “A operação foi boa porque a empresa se expandiu e encostou na Máquina de Vendas, a líder do setor”, diz. Máquina de Vendas é a holding por trás das marcas City Lar, Insinuante e Ricardo Eletro, que têm forte presença nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Confira a seguir o histórico das ações do Magazine Luiza na BM&FBovespa:


Fonte: Wintrade
Mercado brasileiro é promissor para o varejo

A empresa de consultoria empresarial A.T. Kearney, sediada nos EUA, divulgou no início do mês a 10ª edição do estudo Global Retail Development Index (GRDI), que aponta os melhores mercados de Varejo no mundo. O estudo mostra que o Brasil ocupa a primeira posição entre 30 países emergentes, assumindo a liderança que no ano passado foi da China. Para compor o ranking são consideradas 25 variáveis dentro de quatro categorias: risco econômico e político; atratividade do mercado; saturação do mercado; e pressão do tempo – diferença entre o crescimento do produto interno bruto e crescimento do Varejo moderno. Para que o Brasil ultrapassasse o gigante asiático pesou o crescimento anual de 5% do PIB previsto para os próximos cinco anos, uma taxa não apresentada por outros mercados. A população predominantemente urbana e as crescentes vendas do Varejo também são fatores a favor do País. Segundo pesquisa do Serasa, no último mês de maio as vendas do setor avançaram 11% na comparação com 2010.

O estudo da A.T. Kearney é voltado para empresas multinacionais, por apresentar novas praças de investimento. A perspectiva de entrada de grupos internacionais no mercado brasileiro também é apontada por Olavo Henrique Furtado, professor de MBA da Trevisan Escola de Negócios. “O mercado brasileiro não foi feito só por brasileiros, no médio prazo vai ter concorrência internacional”, afirma. “A nossa vantagem é que os varejistas daqui já conhecem bem o mercado doméstico”, explica. Apesar dos reflexos que a diminuição da demanda em importantes mercados globais, como EUA e China, possam ter na economia brasileira, o País deve seguir uma trajetória positiva. “A situação brasileira é favorável economicamente, mesmo que tenha um pouco de inflação e desaceleração, passamos bem pela crise e estamos caminhando bem”, diz Furtado.

José Góes afirma que os papéis do Magazine Luiza se incluem nesse cenário e que estão bem colocados. “A empresa já usou parte do dinheiro do IPO na aquisição das Lojas do Baú e deve ampliar os pontos, aumentar o número de lojas. Com o País indo bem, existe uma perspectiva boa de crescimento, porque aumenta o número de consumidores e a expansão do crédito”. Segundo o analista, os ativos estão bem precificados e devem ser olhados como uma opção de médio prazo.

Este material está disponível em www.WinTrade.com.br/WinNews

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David Franklin