Protagonista do mais recente escândalo financeiro do país, o banco PanAmericano anunciou hoje um prejuízo líquido de R$ 133,6 milhões para dezembro, o primeiro mês sob nova administração. A instituição financeira também confirmou que o rombo total das contas atingiu R$ 4,3 bilhões.
O balanço divulgado hoje não apresenta uma estimativa total para todo o ano de 2010. E em outra anomalia do banco, os resultados do terceiro trimestre também foram apresentados hoje, apontando para um prejuízo de R$ 81,76 milhões neste período.
A administração do banco justifica esses procedimentos ao afirmar, explicitamente, que "a complexidade dos mecanismos contábeis [adotados pela antiga administração] impediu a definição do momento exato em que começaram a ocorrer as irregularidades contábeis".
Em outros termos, a nova administração, que tomou posse em novembro do passado, também reconhece ser "impraticável" e "inviável" verificar precisamente quando começaram as irregularidades praticadas que levaram ao rombo bilionário.
Em 2009, o banco já havia apresentado um prejuízo de R$ 7,88 milhões. O balanço de 2008 foi o último em que os resultados do banco ficaram no "azul", com um ganho de R$ 73,5 milhões.
ROMBO
A administração do banco confirmou um rombo total nas contas da entidade chegam à cifra de R$ 4,3 bilhões. Inicialmente apuradas na ordem de R$ 2,5 bilhões, as perdas do banco foram revistas pela nova administração --com o auxílio de consultores externos- que identificou irregularidades adicionais nas contas no valor de R$ 1,8 bilhão.
Segundo o balanço, o rombo total anunciado é a soma de: R$ 1,6 bilhão referente a carteira de crédito insubsistente; R$ 1,7 bilhão referente a passivos não registrados de operações de cessão liquidados/referenciados; R$ 500 milhões referentes a irregularidades na constituição de provisões para perdas de crédito; R$ 300 milhões referentes a ajustes de marcação a mercado; R$ 200 milhões referentes a outros ajustes.
NEGÓCIO
O BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram no último dia 31 de janeiro a venda do banco por R$ 450 milhões. O acordo também incluiu um empréstimo adicional pelo Fundo Garantidor de Créditos, entidade dirigida pelos bancos, de R$ 1,3 bilhão ao PanAmericano.
Em novembro do ano passado, o fundo já havia emprestado R$ 2,5 bilhões. Os outros R$ 500 milhões foram tirados do próprio banco PanAmericano, de uma forma que o fundo ainda não explicou.
Em dezembro de 2009, a Caixa Econômica Federal havia adquirido 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões. O restante das ações segue na Bolsa, com acionistas minoritários.
Reportagem da Folha publicada no último dia 3 aponta que a Caixa e o BTG Pactual ainda devem comprar R$ 14 bilhões em títulos e carteiras de crédito do banco para que ele possa funcionar em condições competitivas. A Caixa se comprometeu sozinha a colocar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões no PanAmericano.
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David Franklin